quinta-feira, 23 de julho de 2015

Diário de pibidiana: Vivenciando uma atividade permanente com “Contos Saborosos”

Mirlene Dalio Ribeiro
III Ano de Pedagogia
23.07.15



Este texto apresenta uma atividade permanente de leitura desenvolvida com crianças pré-escolares, integrante das ações do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (Pibid), do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).

A proposta inseriu momentos de leituras na rotina da Educação Infantil, duas vezes por semana,  durante 10 dias, no momento de chegada das crianças à instituição, antes da realização de uma sequência didática. Teve como objetivo ampliar o repertório literário , considerando que, precisávamos incluir no cotidiano da turma atividades que contemplassem a literatura e a oralidade, importantes para o desenvolvimento, por possibilitar às crianças trocas de observações e ideias, entre outras questões.

Por ser inserida sistematicamente no cotidiano das crianças, as atividades permanentes, segundo Nery (2006, p. 112), favorecem às crianças "[...] a oportunidades de conhecer diferentes maneiras de ler, de brincar, de produzir textos, de fazer arte, etc. tenham, ainda, a oportunidade de falar sobre o lido/vivido com os outros, numa verdadeira "comunidade".

A experiência abarcou a proposição de rodas de conversas, indispensáveis por oferecerem oportunidades para que as crianças não apenas falem como ouçam os colegas, possibilitando trocas entre si e com a professora, e, ainda, a leituras, oportunizando a ampliação do repertório literário.

O livro selecionado  foi o “Contos Saborosos: 10 contos para abrir o apetite” (Déu PRATZ, 2010), com ilustrações de Ester Llorens. Sua estrutura é diferenciada, possui uma roleta permitindo que o leitor sorteie dez temas que envolvem narrativas sobre alimentação ou elementos da natureza.  Na roleta, cada conto é representado por um ícone, com as imagens do personagem principal expostas na aba lateral, facilitando a localização do conto. Cada conto é redigido em uma pagina, que possui uma cor específica, o que garante  melhor visualização. Os textos são curtos e as ilustrações, grandes e coloridas, chamam a atenção.


Obra de apoio para propor a leitura como atividade permanente na Educação Infantil
               
                  A turma que participou da atividade permanente foi a do Pré A, do período matutino, da professora Mônica, a qual agradecemos pelo incansável apoio. As crianças têm entre quatro e cinco anos de idade e algumas estão, pela primeira vez, em um ambiente de ensino.

A sala da Educação Infantil é de tamanho médio, estruturada por quatro paredes. Duas possuem janelas, que auxiliam para a entrada de claridade, e, a outra, uma porta para  aentrada. Possui ar condicionado que favorece comodidade e conforto.

Dentro da sala a composição do mobiliário é organizada com mesas e cadeiras pequenas, adequadas ao tamanho das crianças. No cotidiano, a turma é dividida em grupos de quatro crianças. A sala tem, também, um canto com brinquedos e um tapete usado para as rodas de conversas e leitura das histórias pelo Pibid. Na área externa, bem à frente, existe um gramado e um parque construído com pneus. 

Para a realização das atividades de leitura, retirávamos as mesas e cadeiras do centro sala e organizávamos o espaço com o tapete. Levávamos almofadas, um material do Pibid, para melhor acomodação das crianças.






A organização das crianças também foi diferenciada a cada dia: algumas vezes, elas sentaram em grupos, no formato de meia lua, em outras acomodavam-se sobre o tapete. O adulto ou a criança responsável pela leitura, com o livro à mão, posicionava-se à frente de todos.


Organização do espaço para leituras.



Para a escolha dos contos a serem lido no dia, sorteávamos uma criança utilizando parlendas de tirar. Essa criança girava a roleta. Logo após, realizávamos uma contagem, explorando o índice, para encontrar e descobrir qual deles seria explorado. Depois, utilizávamos uma das estratégias de leitura: organizávamos uma roda de conversa para discutir o personagem principal indicado no ícone do livro, com o intuito que as crianças antecipassem do que se tratava o conto, desafiando a imaginação e suas hipóteses.

A cada dia em que nos encontrávamos, lemos um conto do livro para a turma. No primeiro dia, mostramos o livro na sua integralidade: exploramos a capa, a sobrecapa, a autora, a ilustradora, a editora, a ilustração e identificamos as diferenças dessa obra com outros livros. Com isso, descobrimos que aquele livro é especial, pois existem vários contos, e que os livros comuns contém apenas um texto. 

No decorrer da atividade permanente, a partir de cada conto lido, as crianças aprenderam a importância dos legumes, dos frutos e das verduras. Falaram sobre o que elas mais gostavam dos alimentos, a importância dos elementos da natureza para a vida e o cuidado que temos que ter com eles. Elas conseguiram perceber os alimentos e a natureza com um olhar diferente. Elas adquiriram consciência sobre a conservação do meio ambiente; as leituras as fizeram pensar e discutir o tema. 

Esta atividade permanente foi realizada para a estimulação à leitura, sabendo que esta contribui, entre outras questões, para com a alfabetização. Além disso, por meio dos contos, as crianças puderam discutir a importância da natureza, de cuidá-la e da alimentação saudável.

Como pibidianas, conquistamos experiências fundamentais para a docência: aprendemos como organizar o ambiente e, a turma; a controlar e selecionar a entonação de voz; a organizar a posição do leitor em relação às crianças; a perceber a importância da altura da voz, ações que favorecerão  nossa postura frente à sala de aula quando  fomos docentes.  

Referências

NERY, Alfredina. Modalidades organizativas do trabalho pedagógico: uma possibilidade. In: BRASIL. MEC/SEB/DPE/COEF. Ensino fundamental de nove anos. Orientações para a inclusão das crianças de seis anos de idade. Brasília: FNDE, Estação Gráfica. 2006.  p. 109-135.

PRATS. Joan de Déu. Contos Saborosos: 10 contos para abrir o apetite. 1 ed. Ciranda Cultural: São Paulo, 2010.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

O que as paredes revelam acerca da biblioteca


No início do ano de 2015, a biblioteca da Escola Avani estava parcialmente desativada,  utilizada, principalmente, para armazenar o rico acervo, oriundo do Governo Federal, pouco acessível aos alunos e professoras. Em parceria, e com autorização da bibliotecária e da gestão, as pibidianas Juliana e Eliane reorganizaram o espaço, classificaram as obras a partir de critérios, sob a supervisão da Profa. Supervisora Kátia.
Antes mesmo de essa organização ser concluída, elas iniciaram as atividades no espaço, que, despretensiosamente, reservou momentos para contações de histórias para turmas que agendavam seu horário na hora do recreio.
Com o passar do tempo, as atividades se ampliaram e a bolsista Adrieli integrou o grupo. O acervo foi "descoberto" e favoreceu a organização de novos horários para atender um maior número de crianças, além de manter as contações para outras turmas durante o recreio.


Horário do I Semestre.


Ao final do semestre, as paredes da “Biblioteca Viva”, e do seu entorno, revelam as atividades e os autores que impulsionaram uma mudança no ambiente. Ruth Rocha, Ricardo Azevedo e Ana Maria Machado, conquistaram o interesse e o respeito das crianças e motivaram o planejamento de  muitas atividades, indicando que realmente o ambiente está funcionando.

Autores mais explorados no semestre.


Produções das crianças..muitas linguagens presentes...



Brincando com canções, parlendas e trava-línguas




Produção de história pelas crianças a partir de obra de Ziraldo.



Atividades resultantes de leituras da obra: “Só um minutinho”

Muitas conquistas ainda precisam ser efetivadas, não negamos, e estaremos constantemente na busca de superar os problemas e os desafios. 
Contudo, constatamos tantas transformações, muitas vezes desperpercebidas, mas fundamentais, como a colaboração das crianças para chegarem à biblioteca, sem correr, atendendo às regras da escola; sua ansiedade por participarem das atividades; a preocupação das turmas em preservar o espaço (proteger o tapete, um importante aliado no trabalho, que, por fim, foi conquistado); a permissão da gestão para utilização de  espaço ao lado da sala dos professores, o qual denominamos extensão da biblioteca, para favorecer que as crianças trabalhem em grupos; a inclusão da docente Elisângela como voluntária no grupo... e, finalmente, a conquista e a confiança da parceria das professoras do Avani.
As aprendizagens das bolsistas estão sendo evidenciadas a cada dia: a ampliação do repertório cultural (a descoberta de autores e títulos desconhecidos); a construção da autonomia nos planejamentos e nos momentos com as crianças; a desenvolvoltura no decorrer das atividades (desde a exploração da obra por dentro e por fora, até o seu conteúdo escrito ou ilustrado). Isso sem mencionar o trabalho colaborativo e a presença de muitas linguagens atreladas às obras lidas....
Quem diria que o Pibid iria conseguir que as crianças promovessem um diálogo entre Ziraldo e Vinícius de Moraes? Pois é, tudo isso ocorreu numa biblioteca que está, a cada dia, mais e mais viva.....
Parabéns ao grupo de Pibidianas da UEMS por terem ajudado “ dar vida” à biblioteca Avani e gratidão às professoras da Escola que estão contribuindo para que isso se torne uma realidade.

Eliane, Juliana e Adriele


domingo, 12 de julho de 2015

I Encontro de Iniciação à Docência de Pedagogia UEMS


´Diários de pibidiana: Projeto Trilhas Parlendas


Por Jéssica Dias Dias Gomes Garcia e Amanda Ladislau
Bolsistas Pibid do III e II Ano da Pedagogia

Este texto apresenta a atividade número 03, integrante da sequência didática de do Projeto Trilhas Parlendas, desenvolvido com a turma de segundo ano do ensino fundamental, no dia sete de abril. 

Imagem 01: Leitura deleite antes do desenvolvimento da sequência didática Trilhas.
Arquivo Pibid, 2015.

Para a atividade, o Caderno Trilhas indica que as crianças “[...] recitem oralmente parlendas, a partir de três momentos: 1) professor e crianças recitam juntos, perguntando e respondendo; 2) crianças perguntam e professor responde; 3) crianças dividem-se em duplas (uma pergunta e a outra responde) (BRASIL, 2011a). Considerando essa orientação, e, respeitando as necessidades da turma, propusemos algumas adaptações: organizamos a parlenda “Cadê o Toicinho que estava aqui? ” em uma folha para que cada criança criassem a sua parlenda. Antes disso, brincamos com o texto.




Imagens 02 e 03: crianças brincando com a parlenda. Arquivo Pibid, 2015.

A professora Giana leu o texto para as crianças, observando a entonação, para que elas pudessem entender. Depois, desenvolveram a atividade individualmente. Muitos alunos pediram a nossa ajuda, outros fizeram do seu jeito. Das produções surgiram várias parlendas diferentes. Percebemos que algumas crianças não conseguiram formar palavras sem nossa ajuda e que outras já estão no estágio silábico alfabético e no alfabético. Essas percepções nos ajudaram a pensar e planejar as atividades, levando em consideração as necessidades de cada indivíduo.

Imagem 04. Criança redigindo seu texto. Arquivo Pibid, 2015.

Avaliando a atividade, ponderamos as adaptações propostas no Trilhas, ao percebermos que as crianças já sabiam distinguir os papéis na recitação e que respeitavam os momentos de pergunta e resposta,  pedindo que elas reescrevessem a parlenda, foi uma decisão acertada, pois elas criaram uma nova sequência para o texto, o reescreveram adaptando-o conforme a imaginação.

Texto de uma criança. Arquivo Pibid, 2015.


Referências

BRASIL, Caderno de orientação parlendas. Trilhas. v. 2, São Paulo: Ministério da Educação, 2011.

sábado, 11 de julho de 2015

III Sarau do Pibid Avani

Encerramento do semestre. Desta vez, as crianças que vivenciaram o Projeto Trilhas socializaram a culminâncias das sequências didáticas que exploraram o "Caderno Histórias de Acumulação" (imagem 01).

O planejamento foi desenvolvido pelas bolsistas Maria Aparecida, Sandra, Jéssica, Adriane e Amanda, sob a supervisão da professora Silvani Vilar, com apoio das professoras das turmas.

1- Caderno Trilhas que orientou as sequências didáticas nas duas turmas.

As crianças do Primeiro Ano desenvolveram a SD Trilhas com apoio do conto "A casa sonolenta" e as do Segundo Ano, com a obra"O grande rabanete". Com a experiência, pensaram sobre a escrita e a leitura, e desenvolveram atividades significativas e desafiadoras, entre elas:

1) Conhecer o livro;
2) Falar sobre o livro;
3) Ordenar as ilustrações da história;
4) Relacionar personagens e ações;
5) Localizar nome no texto;
6) Listar nome das personagens;
7) Escrever nomes das personagens;
8) Ler trechos da História;
9) Dramatizar o enredo e apresentá-lo na escola.


Para a dramatização, o conto escolhido pela turma do Primeiro Ano foi "A forminguinha e a neve", por apresentar características de enredo de acumulação.





Turma do Primeiro Ano.

Já a Turma do Segundo Ano dramatizou a obra que integra o acervo do Projeto Trilhas, "O grande rabanete", como ilustram as imagens abaixo:











Turma do Segundo Ano.


Por toda vivência, as crianças, as pibidianas e as professoras das escolas (voluntárias no Pibid) aprenderam e ensinaram. por isso, reafirmaram à sociedade que "Somos todos Pibid!!!" 









terça-feira, 7 de julho de 2015

Oficina: contos de aventura




O encontro de hoje, dia 06 de julho, com a Profa. Juliane Fereira Vieira (UEM), iniciou com a reflexão, de que a exploração dos gêneros textuais na sala de aula não pode ser planejada a partir de modelos e que o professor deve, SEMPRE, continuar estudando, mesmo após a conclusão da licenciatura.





A partir da análise de dois contos de Machado de Assis, com a mediação da professora , as pibidianas identificaram as características dos contos clássicos e, posteriormente, adentraram às especificidades que orientarão a construção de um conto de aventura.  


Análise de filme, a leitura de autor da área e a correção de produção escrita de uma criança, foram algumas das atividades que fundamentaram teoricamente as bolsistas e que subsidiarão as propostas que elas desenvolverão com as crianças. Espera-se que, com os estudos, possamos, no segundo semestre, desenvolver uma sequência didática, na Escola Avani, voltada à "descoberta" dos encantos dos contos de aventura.


Na proposta de hoje evidencia-se uma real articulação teoria e prática, efetivada pelo Pibid UEMS.


"Nós, professores, temos que estar preparados para ler variados gêneros
e isso estará ligado ao nosso planejamento e conhecimento" (Profa. Juliane)

O texto é aberto, mas não aceita qualquer interpretação.
 Ele nos dá indícios das interpretações que dele emergem.


















Pibid Pedagogia UEMS vai à Praça: #todospelopibid




É de conhecimento da população que o programa de ajuste fiscal do governo federal atingirá múltiplos setores do país e, entre elas, a possibilidade da continuidade do Pibid, fundamental à formação inicial de professores para a Educação Básica.
A indicação da Capes, de reduzir, de 50 a 90%, do quantitativo de bolsas, impossibilitará que os licenciandos, oriundos de diferentes cursos de graduação, continuem a desenvolver os projetos nas escolas, os quais estão contribuindo com a aprendizagem das crianças.
Diante da previsão de cortes, a sociedade brasileira iniciou uma manifestação em prol da manutenção das verbas do Pibid, e de todos os programas ligados à educação. O movimento “#Ficapibid” abarca a participação de bolsistas, professores, crianças, comunidade e divulga as ações do programa, nos vários cantos do país, bem como as contribuições que gera à educação brasileira.

Hoje, dia 07 de julho, o Pibid Pedagogia UEMS foi à praça Antônio João (Dourados-MS) para mostrar à população um pouco do trabalho que desenvolve, entre elas, ações ligadas à alfabetização, à musicalização, à leitura, ao movimento, todas embasadas por constantes estudos teóricos.



Bolsistas do Curso de Pedagogia UEMS

Material para contação de história
 e exploração de poemas.

Projeto Trilhas de Alfabetização.