terça-feira, 5 de julho de 2016

Um dia de aprendizagens. Diário de pibidiana

Amanda Ladislau dos Santos
(III Ano Pedagogia, 2016)



“”Ah, Professora fica mais ! [...]”....

No dia 29 de junho de 2016, tivemos a honra de assistir a apresentação do trabalho de conclusão de curso (TCC) de uma de nossas parceiras do Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID). O projeto da Jéssica tinha o seguinte título: Ah! Professora fica mais... Seu trabalho foi baseado no desenvolvimento de uma sequência didática (SD) do Projeto TRILHAS, sobre parlendas, com atividades enriquecedoras. Posso afirmar isso, pois a ajudei a elaborar e aplicar as atividades para as crianças do 1° ano Fundamental da Escola Municipal Professora Avani Cargnelutti Fehlauer. Por isso, durante toda a apresentação, pude me lembrar dos momentos inesquecíveis em que a auxiliei.
Você sabe o que é o projeto TRILHAS? Se não souber, vou te explicar um pouquinho. O TRILHAS é “[...]um conjunto de materiais elaborados para instrumentalizar e apoiar o trabalho docente no campo da leitura, escrita e oralidade, com o objetivo de inserir as crianças do primeiro ano do Ensino Fundamental em um universo letrado” (BRASIL, 2011b, p.01). Ele configura-se como material de apoio ao professor alfabetizador.  Foi lançado pelo Ministério da Educação (MEC), em 2009, para instrumentalizar e apoiar o trabalho docente no campo da leitura, da escrita e da oralidade, com o objetivo de inserir as crianças a um universo letrado. 
 O TRILHAS tem nos ajudado muito a por em prática, no Pibid, alguns sonhos até então considerados impossíveis para nós a respeito da alfabetização. Nosso intuito é tentar ao máximo, minimizar as práticas tradicionais nas quais que as crianças são meros telespectadores sem nenhuma reflexão sobre a aprendizagem.
O TCC defendido pela Jéssica é uma prova de que é possível, sim, adotar posturas construtivistas para alfabetizar letrando, criando momentos de reflexão, fazendo com que nossas crianças desempenhem um papel ativo no processo. Sabemos que não resolveremos todos os problemas da escola sozinhas. Sabemos também que erramos, mas fazemos desses erros um passo a mais no degrau da nossa formação para futuras docentes. Esperamos que esses trabalhos sejam multiplicados e façam grande diferença no futuro do país.
 Posso dizer que, no início, nossa colega Jéssica se mostrou bastante nervosa, mas até nós, estávamos. Tentamos acalmá-la. Dissemos a ela que tudo terminaria bem, pois conhecemos seu grande potencial. Acho que uma de nossas colegas soube exatamente o que dizer no momento: “Calma Jéssica, você que fez, mas que ninguém sabe o que dizer”. E foi isso que aconteceu, ela soube direitinho o que e como apresentar sua pesquisa, simplesmente “arrasou”. Não foi apenas uma apresentação. Tivemos uma aula de alfabetização por parta dela e de nossas professoras: Giana, Juliane e Almerinda. Acredito que todos que assistiram aprenderam muito sobre o tema. E, Claro, nossa Jessica saiu com uma “preocupação a menos”.
Nesses momentos, acredito que temos a oportunidade para trocar experiências ricas em aprendizagens. São quase três anos juntas no Pibid, compartilhando os mais diversos sentimentos, alegria, nervosismo e emoção, contando assim, uma com as outras. E, pensando dessa forma, acredito que, junto com Jéssica, saímos todas com a sensação de dever cumprido.


domingo, 3 de julho de 2016

Sarau na Livraria Canto das Letras (Diário de pibidiana)

Denise Yukari Iiyama
 (II Ano de Pedagogia 2016)


Em uma tarde de sábado, 02 de julho, ocorreu em Dourados- MS, na Livraria Conto das Letras, o aguardado Musical “ O Casamento de Bruxa Onilda”, organizado pelas acadêmicas da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) do Curso de Pedagogia, sob orientação da Dra. Professora Giana Amaral Yamin.



Próximo às 16h, chegavam à livraria crianças acompanhados de adultos para  prestigiar a peça. Antes de começar o espetáculo, para aguardar a chegada de todos as “bruxetes” (personagens ajudantes da protagonista Bruxa Onilda, o grupo propôs brincadeiras aos que ali estavam. Foram cantadas as músicas “João roubou pão”, para que as crianças pudessem se conhecer e dizer seu nome; “Da abóbora faz melão”, a qual favoreceu interação do grupo e “Joãozinho trabalha com o martelo”, para que todos pudessem se “aquecer” para o início a peça.


 

De repente, começou a história. Surgiu no alto da montanha uma Bruxa, uma visão  que levou as crianças “pregarem os olhos” em cada detalhe. A bruxa se aproximou do cenário, perto da plateia, desceu pelas escadas para faxinar seu castelo.
E foi nesse momento que começou a emoção. Bruxa Onilda, no decorrer dos dias, recebeu inúmeros pretendentes para pedir sua mão em casamento. Do mais assustador, como o senhor Fantasm; o Vampiro, que de sua boca derramava sangue; o valentão Lobisomem; o Frankstein (confundido com o Hulk ) ao  Esqueleto, rejeitado por Onilda, por possuir um cachorro que poderia ser comido pela esposa. Ah, também recebeu a visita da Múmia, coitada, nem ela sabia que era tão enrolada!.


No decorrer do enredo, com a vinda de cada personagens, as crianças  ofereceram conselhos à Bruxa:
-Nunca mais aceite eles!
- Melhor, ninguém!
- Além de não te conquistar, faz mais sujeira pra você limpar!  Disse um menino sentado na primeira fileira.
A plateia percebeu que a Bruxa iria ficar sozinha mesmo , e quando a narradora perguntou o que a Bruxa iria fazer ao dispensar mais um candidato, as crianças imediatamente responderam:
- Faxina...
Quando mais nada parecia dar certo, eis então que surgiu, bem lá no alto, no topo da montanha, um Bruxo garboso que dominava os segredos de feitiçaria, assim como a Bruxa Onilda . O amor surgiu no ar. Flores foram arremessadas e um poema foi declamado, uma situação que motivou a participação das crianças. Muitos gestos e palavras à Onilda: “Casa logo”!
Não foram só as crianças que estavam emocionadas. Entre as vozes dos pequenos, ouvimos uma voz adulta. Era a de uma mãe que, lá do fundo, gritou: “Vai ficar encalhada se não casar com ele”!

 

Como a Bruxa não resistiu ao pretendente, As Bruxetes, ajudantes da Bruxa, prepararam o local onde ocorreria a cerimônia. Enfeitaram  as escadas, recepcionaram os convidados. Duas crianças participaram da cerimônia como o noivinho e a daminha de honra . Todas as crianças quiseam participar desse momento:
- Me chama, eu quero.
-Posso ir também?
Mas, quando parecia que teríamos um final feliz, uma notícia muito triste foi anunciada pela narradora: o tão esperado casamento não aconteceu. Foi o momento da peça no qual , no mesmo dia, a Bruxa passou de solteira para casada e de casada para viúva.
Com tudo isso, vocês pensam vocês que Onilda se entregou? Não! Ela era uma mulher forte, independente. “Sem abaixar à cabeça”, Onilda encerrou a faxina do seu castelo e saiu voando com sua vassoura para conhecer o mundo afora e fazer amigos. Querfinal mais surpreendente?


 

Foi desse jeito que “Nossa história entrou por uma porta e saiu por outra, quem souber que conte outra. ” Ao término, as crianças se aproximaram de todos os personagens para uma sessão de fotos.
O Musical contribuiu para a ampliação do repertório cultural das crianças que nos prestigiaram, e para nós, futuras professoras, foi uma grande experiência. No fim da peça o que fica foi um “gostinho de quero mais”. Um menino olhou para a narradora e disse: “Já acabou?”.
Nós, pibidianas, percebemos que as sensações de vergonha, de ansiedade de que nada daria certo, que nos acompanharam até então, simplesmente desaparecem. Fomos tomadas pela emoção. Mesmo conhecendo as músicas “de cabo a rabo”, as quais compõem o musical, sentimos novamente aquele “friozinho na barriga” e aquele arrepio quando ouvimos uma boa música.











sexta-feira, 1 de julho de 2016

Diário de pibidiana: Momentos bons que a música pode proporcionar


Adriana Pizatto (II ano de Pedagogia)

Dia 21 de Junho de 2016. Estava uma manhã fria que nos "convidava" para ficarmos quietinhos. Porém, nosso planejamento estava recheado de músicas e brincadeiras, o que exigiu muitos movimentos, a começar pela história escolhida, “A Nuvenzinha Triste”, que possuía músicas no enredo, a maioria com ritmo agitado.


 Durante a exploração da história, as crianças se envolveram. Sem se importar com o frio, fizeram os movimentos para imitar a nuvem quando queria se transformar em outra coisa:  “a nuvenzinha espichou e encolheu, espichou e encolheu e se transformou”.


Ao termino da história, as crianças se colocaram de pé e começaram a dançar as músicas que fazem parte do enredo. Isso não estava no nosso planejamento. Não imaginávamos que elas fossem interagir de tal forma com as músicas e nem que haveria necessidade de propiciar-lhes tal momento. Cada uma criou seu próprio modo de dançar, algumas fizeram duplas, pois, para elas assim seria o modo correto de dançar tal ritmo.
Seguindo com nosso planejamento, relembramos com as crianças a música “Os bichos dormem”, a qual também exige movimento, pois, tem “bicho que dorme em pé, tem bicho que dorme deitado e tem bicho que dorme até sentado”. Durante a música, brincamos com o corpo. As crianças se divertiram, fizeram todos os movimentos, não queriam perder nenhum. Ao final da música pediram que repetíssemos, pois, queriam brincar novamente. Assim, o fizemos.


A próxima música selecionada em nosso planejamento foi a “Rola Bola”, a qual utilizaríamos um pano grande, com várias tiras. Nossa ideia era pedir que as crianças segurassem o pano e, no decorrer da música, jogaríamos uma bola e elas não poderiam deixar a bola cair do pano. Para isso não seria necessário utilizar força, e sim se movimentar conforme o ritmo.



As crianças não conheciam a música, pedimos que elas deitassem e que fechassem os olhinhos para sentirem o ritmo e a conhecessem. Algumas começaram a rolar no chão como se fossem a bola mencionada na música. Com isso, percebemos que elas criaram uma forma de brincar.
Quando lhes mostramos o pano, o material da brincadeira, as crianças ficaram encantadas. Quiseram tocar nas tiras, entrar embaixo e descobrir a sensação. De início, não permitimos que elas fossem para debaixo do material, pois, queríamos que elas vivenciassem o ritmo da música e o movimento que a bola faria. Elas acharam divertido o movimento que a bola fez em cima do pano, riram e disseram umas às outras: “cuidado pra não cair”, “vai devagar”, “joga pra mim”. Em todo momento interagiam.
Já na segunda vez que brincamos, pedimos que um grupo pequeno de crianças fosse pra debaixo do pano para que pudessem ter uma sensação diferente. Percebemos que as crianças queriam puxar as tiras, algumas queriam chutar bola que estava rolando em cima do pano. Outras, simplesmente, fecharam os olhos e sentiram as tiras em seu corpo. No decorrer, fizemos o mesmo com o outro grupo de crianças.





Ao término da brincadeira, perguntamos o que sentiram e as respostas foram fascinantes. Nos disseram: “faz cosquinha”, “é tão macio”, “é bem colorido”, fez cosquinha no meu olho” e “senti o chão tão macio lá embaixo”. Percebemos que cada criança explorou de uma forma e cada uma teve uma sensação diferente.
A última brincadeira escolhida foi com a música “Pano encantado”. Apresentamos a música para as crianças. Devido ao áudio não estar adequado, decidimos brincar para que conhecessem a brincadeira. Então, as crianças ficaram encantadas. Ao final, bateram até palmas e nos disseram que gostariam de brincar também. Infelizmente, avaliamos que a quantidade de panos individuais foi insuficiente para a quantidade de crianças. Improvisamos. Pedimos que elas pegassem suas blusas de frio e utilizamos um outro pano maior como apoio, no qual as crianças dividiriam para brincar.

No decorrer da brincadeira percebemos que as crianças estavam felizes, pois tinham adultos mediando a brincadeira e, também, pelo fato de o pano poder “se transformar” em várias coisas. Tivemos uma preocupação com as crianças que dividiriam o pano maior, porém, todas participaram de forma igual, o dividiram sem nenhum problema e uma cooperou com a outra para que juntas conseguissem o objetivo. Perguntamos a elas o que elas queriam que o pano fizesse, e então cantamos: o pano encantado fez uma saia bem bonita, um chapéu bem bonito e uma capa para voar.






A prática de hoje nos levou a pensar o quanto a música e a brincadeira são importantes na Educação Infantil e devem, sim, fazer parte do cotidiano da escola, pois, na Educação Infantil se aprende brincando e o que é importante é o desenvolvimento da criança. 

Defesa de TCC: Jéssica Dias GOmes Garcia

“Ah, professora, fica mais [...]”? alfabetizando com parlendas no ensino fundamental


O trabalho de Jéssica Dias Gomes Garcia (30 de junho de 2016) apresenta e analisa os caminhos traçados para o ensino da alfabetização, orientados pelo Projeto Trilhas, o qual integrou as ações o Programa Institucional de Iniciação à Docência – Pibid, do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. A proposta foi desenvolvida em uma escola municipal de Dourados-MS, nomeadamente a EM Avani Cargnelutti Fehlauer, no de 2014, envolvendo crianças do segundo ano do ensino fundamental, em fase de alfabetização. Os encontros com a turma ocorreram duas vezes por semana, com cerca de duas horas cada. Utilizamos como metodologia o desenvolvimento de uma sequência didática, com oito atividades, organizadas de acordo com as orientações dispostas no Cadernos Orientações Trilhas Parlendas, as quais sofreram adaptações para atender as especificidades e potencialidades das crianças. A sequência didática explorou o gênero textual parlendas, que integra a tradição oral brasileira. Como resultado, percebe-se que, além de ampliar o repertório cultural e vivenciar brincadeiras, as crianças foram desafiadas a ler sem saber ler convencionalmente e a arriscar hipótese acerca dos textos trabalhados.