sexta-feira, 17 de junho de 2016

Pintura com giz de cera derretido...o que aprendem as crianças?

Duas manhãs frias, mas agradáveis, dias 14 e 16 de junho. as crianças usavam blusas de frio. E, entre os combinados e orientações iniciais, pedimos que elas dobrassem as mangas, afinal, “pintaríamos com FOGO” e deveríamos nos proteger....

Duas turmas pré-escolares com características diferentes, mas com disposição para viver a experiência exatamente iguais. Bolsistas ansiosas, com receio de que algo ocorresse. O que essa técnica, antiga, conhecida, as ensinou ?


Bem, as crianças foram cientistas o tempo todo. Nos ensinaram que aprendem brincando, testando hipóteses e que as múltiplas linguagens, em diálogo, favorecem descobertas.

Após a organização do espaço, elas ouviram sobre como poderiam explorar o material e criar possibilidades (talvez tanta explicação tenha sido desnecessária, mas a insegurança com a presença do fogo justificou o ocorrido).  As reações dos pequenos foram diversas, mas todos demonstraram interesse em experimentar o novo... Os registros foram feitos em papel maninha afixados sobre as mesas organizadas para 04 crianças. Elas começaram cuidadosas: pingos, rabiscos, os quais, mais tarde, foram acompanhados por formas, imagens, intenções (um buraco negro, uma flor, o fogo, uma casa, o contorno da mão, uma flor).

O que as crianças, pequenos cientistas, questionaram?

- Por que derrete?
- Porque esquenta.

- Olha como o fogo derrete o giz! (Menina)
- Porque ele é mais forte que o giz. (Gabriel)

- O meu (giz) não faz (derrete) (Menino)
-Derrete sim. Olhe, precisa mais tempo perto do fogo (Bolsista)


- Por que o fogo fica grande quando a gente chega perto com o giz na vela?

- Parece sangue essa tinta (Menina, ao sentir a textura do giz vermelho derretido).

- O fogo é tão perigoso que pode queimar as pessoas no mundo. Temos que agir            com muito cuidado (Inácio)

- Olha só como ficou este giz. Igual este também (pontiagudo) (Luiz).

- Peraí, tá crescendo (chama) (Isaías)

- Tá virando tinta! (Gabrieli)

- Seca tão rápido esse giz (Gabriel sentido a experiência com o dedinho)



- Vai apagar o fogo! (Vitor Hugo Antecipou antes que acontecesse pela constatação de que a aproximação do giz, pelo colega, teria essa consequência).

- Calma. Tem que ser um de cada vez (Gabriel)


As crianças aprenderam que é preciso tempo para que a experiência se concretize; que quando o fogo se aproxima do objeto a chama aumenta; que podem (e devem) misturar nuances para criar e observar transformações; que o giz toma outra forma, após seu uso. Também descobriram, e ensinaram, que o giz acumulado ao pé da vela, antes de endurecer, quente, pode ser utilizado para pintar:

-Também pode pegar daqui (Luiz Guilherme).


 

Nesse contexto, a utilização de um prendedor de roupas como pinça para proteção foi adotada de modo diferente e intrigou os adultos. Eu estava confiante que seria um apoio ideal, mas algumas crianças o deixaram de lado.

A bolsista Adriana observou que isso deve-se ao fato de que o prendedor como suporte exige leveza no traço e que algumas crianças não queriam controlar a força do traçado, queriam experimentar o objeto. Já outras adotaram o instrumento e sentiram-se confortáveis.


 
Enfim, a criatividade e a imaginação prevaleceram porque isso foi permitido:

- Coloca um giz seu com o meu pra ver que cor que dá. (Pietro)

- Foi azul no meu (giz amarelo)  (Heloísa)
- Pode misturar as cores (Bolsista)

- Posso misturar? (Gabriel)

- Olha que arte de obra que eu fiz (Gabrieli)


- To fazendo uma coisa colorida (Luiz)

- Quando a gente mistura as cores fica desse jeito (Ana Paula)

Por isso, e por outras questões, a atividade foi prazerosa e significativa, mas, que pena que tenha tido um fim:

- Tá quente. Queimou (Ana Paula).
- Quer parar? (Bolsista)
- Não! (Ana Paula)


- Ah, já vão embora? Que chato!!!! (Pietro)



quarta-feira, 15 de junho de 2016

III Sábado Brincante Pibid Abayomi UEMS


Sandra Conceição Gomes de Alencar Monteiro (II Ano de Pedagogia. Professora de Letras)


                       No último dia 11 de junho de 2016, das 14h30 às 17h, aconteceu mais uma edição do Sábado Brincante. Como nos outros encontros realizados, as crianças tiveram oportunidade de ampliar seu repertório cultural com músicas, brincadeiras, jogos e oficinas artísticas. A tarde foi pequena para tanta alegria e diversão.
            A abertura de evento foi com música. As Abayomis Amanda e Denise nos presentearam com seus talentos musicais e ofereceram ao nosso público mirim músicas de qualidade que fizeram sucesso. Para o grupo Abayomi, todos os eventos são encontros felizes, preparamos tudo com muito carinho e dedicação para nossa tarde de brincadeiras.


Na sequência, Larissa contou a história “A banda do Tom”, com apoio de personagens confeccionados em E.V.A, fixados em seu avental à medida que a história ia sendo contada. As crianças participavam da narrativa reproduzindo o som de cada animal e depois, utilizando alguns instrumentos como chocalhos e pandeiros, construíram sons gradativos, conforme solicitado. O entusiasmo era grande à medida que os ritmos e os sons entravam em cena. As crianças mostraram que, quando o assunto é ritmo, dão conta do recado.


Uma, entre muitas lições, que podemos tirar de nossos saraus, é que com muita criatividade e pouco investimento, é possível realizar atividades prazerosas e divertidas com crianças de várias idades. Prova disso foi a atividade realizada com bambolê. Cada criança recebeu um bambolê e, no centro, Amanda comandou a brincadeira, com seu violão e a ajuda do grupo Abayomi. As crianças, brincaram, pularam, cantaram e se divertiram. Até alguns pais que também acompanharam o evento e entraram na brincadeira.

Na sequência, a História musicada da Nuvenzinha Triste foi contada pela Prof.ª Giana, e contou com ajudantes pra lá de especiais. Podíamos ver, no encantamento no olhar de cada criança, a magia e deleite que uma obra literária dramatizada pode proporcionar. 



Depois da história, as oficinas exploraram as personagens. As crianças puderam escolher a atividade e o material que gostariam de usar para construir, com liberdade criativa, a sua leitura do tema. Abelha, arco-íris, beija-flor, balão, borboleta foram confeccionados nas oficinas. 





Também foram apreciadas imagens de obras de arte, desenhos e curiosidades referentes a cada tema, para que os pequenos pudessem ver que, a partir de um tema, é possível criar diferentes formas de representação. Por tudo isso, nossa tarde brincante deixou saudades, e um gostinho de quero mais...