segunda-feira, 6 de abril de 2015

Menina bonita do laço de fita e o coelho da páscoa?



Menina bonita do laço de fita...e o coelho da páscoa?



Como inserir as atividades alusivas à Pascoa na Educação Infantil sem ferir a característica laica das escolas, que devem, de acordo com Branco e Corsino (2010, p. 05), respeitar a “[...] igualdade entre os homens, a liberdade de manifestação de credo, de opinião, de manifestações culturais diversas”?

Como promover atividades alusivas à Pascoa na Educação Infantil considerando que as crianças, apesar de suas trajetórias, são cidadãs inseridas em uma cultura e que, portanto, comemoram (ou não) a data, cada qual com seu credo (ou ausência desse)?

Pensando nessas questões, elaboramos uma atividade que favoreceu a exploração de diferentes linguagens  - entre elas a da imaginação - o que esclarece os motivos pelos quais o coelho que queria ser pretinho, como a linda menina negra, de Ana Maria Machado, transformou-se num bicho que gosta de doces (apesar de ser coelho).

A proposta iniciou-se com a leitura da obra “Menina Bonita do laço de fita”, com apoio de data show, momento no qual as crianças discutiram questões de gênero e raça.

Na sequência, o coelho, cada vez mais simpático ao grupo, “transformou-se” em um personagem que gostava de doces e presentes. Essa característica instigou as crianças a decorarem um mimo para entregar ao amigo, juntamente com um pouco de açúcar, para que ele pudesse preparar seus doces preferidos. Todos os ovos, decorados com guache, foram armazenados em uma cesta, depositada cuidadosamente sob as árvores de uma floresta encantada.

Depois de um tempo, já na sala de atividades, as crianças foram chamadas para resolver um mistério: um forte barulho nas imediações da floresta encantada.
O que/quem seria?

Ao investigar, elas constataram que seu amigo coelho, ao invés de levar o que lhe foi presenteado, utilizou os mimos para preparar amendoins açucarados para lhes ofertar, armazenados nas lindas cascas coloridas.




A atividade foi mágica para as crianças. Em nenhum momento veiculamos o coelho como um animal ovíparo, não incentivamos ao consumo nem relacionamos o tema com religião/crença.
A fantasia imperou e as crianças ampliaram, todo tempo, a imaginação.

Conversar sobre o tema, recriá-lo, trabalhar em grupos, manipular um material delicado (cascas de ovos), mesclar cores sem misturar as matizes para garantir um trabalho bonito, foram aprendizagens importantes e desafiadoras. 

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