Amanda Ladislau (bolsista Pibid quarto ano de Pedagogia)
No
dia 02 de maio, terça feira, demos continuidade ao projeto Conhecendo o Teatro Mágico, elaborado para o 4° ano, da Escola Municipal Professora Avani Cargnelutti Fehlauer.
O projeto está voltado ao grupo que tem o mesmo nome, uma banda que mistura arte
circense, música e teatro. Com esse projeto ampliaremos o repertório cultural
das crianças, trabalharemos os gêneros música, poema e convite, para no final,
como culminância, fazermos um sarau baseado nas músicas da trupe.
Nesse
dia, como de costume, nos encontramos na biblioteca da escola. Apreciamos a
música Anjo mais velho, a qual as
crianças já conheciam, pois haviam assistido o clipe no encontro anterior. Logo
depois, lemos um poema de Mario Quintana, que se encontra no livro Só Meu. Escolhemos este autor porque ele
é um dos escritores que inspiram as músicas do grupo que estamos estudando.
Aproveitando
o momento, iniciamos a discussão com as crianças sobre as características do
gênero poema. Perguntamos a elas o que conhecem a respeito desse gênero textual
para saber seus conhecimentos prévios e, também avaliar se, no processo, com as
leituras já feitas de outros poemas, se elas observariam algumas
características comuns do gênero. Assim, colocamos todas as características
apresentadas pela turmas em um cartaz para que, na
próxima aula, pudéssemos retomar as hipóteses e fazer discussões, analisando
outros poemas, com estruturas e características diferentes.
Algo
que me chamou atenção nesse dia foi o momento no qual me coloquei à frente das crianças para ser escriba da turma. Em minhas mãos estavam duas canetas, uma azul e uma
vermelha, que eu iria utilizar para colorir o cartaz. Porém, ao tirar a tampa
da caneta vermelha, as crianças se “apavoraram”. Acreditaram que suas falas estava, erradas e, até então, eu não havia dito nada, apenas peguei a caneta vermelha.
Para mim, naquele momento a situação pareceu engraçada, mas depois, refletindo,
percebi que pode ser um “trauma à temida caneta vermelha”, geralmente utilizada
para ressaltar erros. Essa situação me fez pensar como futura professora: o que
será que estamos fazendo com as crianças? Como e para que estamos usando essa
tal caneta vermelha? O que ela apresenta de diferente das outras cores? E qual sua finalidade, julgar erros? Às
vezes, essas canetas são usadas sem intenção alguma, como eu fiz, ou porque estamos
acostumamos a corrigir com essa cor, afinal foi com ela que vi meus professores
corrigir minhas provas e atividades. Dessa forma, acredito que muitas vezes
apenas reproduzimos essa mesma atitude. Porém, mesmo que estejamos utilizando apenas
com intenção de corrigir, sem agredir, precisamos tomar cuidado. Qual seria o
problema de utilizar a cor verde, por exemplo?
Enfim,
depois desse debate sobre o gênero textual poema, em que toda a sala pode
participar e dar sua opinião, finalizamos com outra canção do grupo Teatro Mágico. E, para decidir qual música
cantaríamos, fizemos uma votação, e a canção Sonho de um Flauta ganhou, é a primeira música do grupo que
apresentamos à turma.
Essa escolha das crianças nos deixou motivadas
para darmos continuidade ao projeto, porque a primeira vez que elas a ouviram muitas não gostaram; disseram que “dava
sono”. Pergunto se realmente sentiram sono ou uma sensação de tranquilidade e paz
e não souberam identificar porque não estavam acostumados com o ritmo. Quando
elas começaram a cantar, eu, propositalmente, abaixei, em muitos momentos o volume do som, a fim
de ouvi-las. Foi um momento único, foi "de arrepiar".
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